Friday, August 5, 2016

Análise - Yakusoku no Neverland


 Bem, com o novo lançamento simultâneo de mangás da Jump, eu acabei me excitando um pouco para fazer a leitura e reconhecimento dos novos mangás. Já que todos eles são de mangakas que já tem uma certa experiência (Dois na Jump, inclusive), eu queria lê-los para ter alguma certeza do futuro dessas séries, e da própria Jump.

 Eu costumo dizer que eu sou um leitor muito flexível, desde que uma história seja interessante ela consegue minha atenção, e desde que ela seja boa, consegue meu "afeto". Deste modo, coisas como clichês, categorias, arte, e tudo isso pode ser facilmente soterrado por um bom desenvolvimento oriundo de uma escrita magnífica, ao menos, em minha percepção.

 Falando um pouco sobre o artista, Demizu Posuka-sensei já havia desenhado um one-shot para a Jump+ que era focado em sci-fi. Eu dei uma lida rápida nele, e ele fala sobre um cientista que cria uma AI que quer se tornar humana, e quando ele cria um corpo humanoide para ela, ela descobre que nunca poderá ser como os humanos, pois eles são completamente diferente dos humanos que conhecemos. (Ou pelo menos foi isso o que eu entendi, já que eu literalmente só "passei o olho")

 Considerando o desenvolvimento do one-shot do Demizu-sensei, os editores provavelmente quiseram vê-lo desenhando algo sci-fi, e por isso, o juntaram com o Shirai Kaiu-sensei (Novato) para desenhar Yakusoku no Neverland. Confesso que quando vi que a história se passaria em um orfanato e vi exemplos da arte, tive algumas preposições sobre o que seria a história.


 Tentarei não colocar spoilers sobre a história em si além do que já é possível de perceber da sua sinopse, no entanto, falarei sobre minhas reações ao roteiro e técnica de escrita, por isso, cabe ao leitor (Você) se incomodar com o que direi aqui considerando que pode afetar sua experiência de leitura caso venha a ler (Espero que não).

 Sobre as especulações que tinha sobre a história, só a ajudaram a tornar-se o que eu achava que não se tornaria, um roteiro interessante e encorpado que me chamou muito a atenção. Relembrando o que eu disse no início, não dou a mínima sobre o que a história fala, mas sim, como fala. Eu já vi temas ridículos tornarem-se coisas incríveis, tudo o que importa é a habilidade do escritor de criar uma boa obra. O que eu (Apressadamente falando) vi no Shirai-sensei.

 Sci-fi é um tema que me interessa muito, seja para ler ou para escrever, eu sou um amante da ficção científica. E os elementos que podem ser vistos no que vi das prévias de Yakusoku no Neverland apontavam para o fato de que essa seria uma história de ficção científica (Um exemplo é os números nos pescoços das crianças do orfanato).

 Na percepção de muitos, Yakusoku no Neverland começa de uma forma que muitas histórias já começaram, e eu concordo, em termos de originalidade, a história certamente não segue um roteiro complexo no nível de séries maravilhosas que vemos por ai, no entanto, é exatamente isso que a dá a possibilidade de tornar-se algo grande. Aliás, é esse o ponto que eu venho apontando desde o início, a fuga do tema do mangá e a imersão no desenvolvimento do mesmo.


 Yakusoku no Neverland fala sobre um orfanato onde as crianças são imensamente felizes, e onde há uma regra, você não deve nunca sair dos limites do orfanato, e por conta disso, as crianças não conhecem nada do mundo exterior além do que elas encontram nos livros. Sentiu uma nostalgia ? É, eu sei como você se sente.

 E foi com esse pensamento que eu fiquei curioso por Yakusoku no Neverland, mas, não tinha a menor das crenças de que esse mangá se tornaria um grande sucesso (Ou que se manteria na revista, ao menos), ou que poderia me prender no seu roteiro. Exatamente, "não tinha". Yakusoku no Neverland me fez engolir cada uma das preposições que eu fiz antes de lê-lo, e me deu um tremendo choque com seu plot twist.

 Não que eu não esperava um plot twist, mas, à medida em que se aproximava dele, mais eu imaginava o que poderia vir, e a obscuridade da história vinha me dando uma apreensão que só piorava devido o suspense da mesma. Basicamente, o autor soube explicar perfeitamente o nível de mudança que há com a percepção dos personagens para com o mundo que vivem, e juntamente com isso, esmagou o coração dos leitores com uma cena pesadíssima (Falo por experiência própria).

 O climax do primeiro capítulo me acertou em cheio, e seu enredo bem desenvolvido e organizado me fez pensar no que aconteceria em seguir. Os personagens são emotivos na medida perfeita, e você pode sentir-se em sua pele quando os acontecimentos da história os pega, e quando eles descobrem a verdade dos mistérios que os cercam.

 Se o mangá será um sucesso ou não eu não faço a menor ideia. O mangá apenas começou, e o que li no primeiro capítulo me fez dá-lo uma nota 7.5 (Superior a muito do que vejo por ai). Mas, foi o bastante para me prender aos personagens e ao desenvolvimento da história, me fazendo querer acompanhá-la nos próximos capítulos.


 Mudando um pouco o foco do roteiro e indo para a arte, apenas para fechar a análise, por mais que o Demizu-sensei seja um artista reconhecido pela sua arte, eu devo dizer que não gostei muito da arte do primeiro capítulo. Não digo que desgostei, no entanto, não achei algo realmente maravilhoso ou bom o suficiente para chamar minha atenção. Porém, a arte estava boa o suficiente para expressar com perfeição o sentimento dos personagens e o universo em que se encontram.

 Finalmente, acho que a arte e a história se complementam bem o bastante para merecerem um lugar na revista, e tudo indicam que com o tempo ambas só tendem a melhorar. Como um mangá, Yakusoku no Neverland merece a chance de provar seu valor e pode vir a ter um grande nível de aceitação devido o seu nível de qualidade.

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